terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Platônico II.

João Pessoa, 09 de dezembro de 2010.

J... ,

Em primeiro lugar, digo que minha intenção ao te escrever esta carta, é apenas para falar algo que está guardado em mim há muito tempo, mas que continua aceso. Não tenho intenção de influir na sua vida e em seus planos, e não espero por resposta alguma, por meio de ações ou palavras, mas claro que se houver alguma, será bem vinda.
Não sei bem o que represento, ou representei para você algum dia, não sei se fui apenas mais uma na sua história. Esta carta é simplesmente para dizer que para mim você não apenas mais um. É incrível de como me lembro de detalhes da época em que nos conhecemos e passamos a estar mais próximos. Telefonemas, visitas inesperadas, festas, shows, noites na praia, em frente ao portão de casa, aparições no meio da madrugada... Cada vez que lembro o dia que nos conhecemos, me passa um filme na cabeça. Você sempre foi uma ótima companhia, e sempre mexeu comigo de uma maneira singular, diferente, única, e não entendo como e nem por que mexe até hoje, mesmo com tanta ausência, com tanto tempo que passou.
Acho que já faz um ano que não nos vemos. E não sei qual seria minha reação ao te ver se te visse hoje, ainda mais depois de abrir meu coração desta forma, só sei que não seria tão natural quanto eu gostaria, pois para mim reação natural ao te ver é te abraçar e te beijar, mas sei que hoje não poderia fazer isto, e quando penso nisto chega até a me dar uma pontada de ciúmes.
Sei que em muitos momentos fui tola com você, na nossa última aproximação, não sei se estou certa, mas sinto como se tivesse jogado fora uma oportunidade de estar com você de fato. Poderia dizer que foi medo de me magoar mais uma vez (pois também já me magoei com você, mas mesmo assim, não deixou de ser especial para mim), poderia dizer que estava confusa ou que não era o momento certo, mas não, assumo que fui tola mesmo.
Meu sentimento todo não cabe nesta carta, mas uma parte dele está aí, só para que você saiba que ele existe, que ele resiste.
Espero ser para você no mínimo uma saudade boa, uma lembrança doce.


Beijos com muito carinho,

Natália Angela Pessoa.


Sim, esta é uma carta se amor escrita por mim, e como eu já disse, amor platônico é falta de coragem, e como disse Leoni na música "Alice": "Eu guardo pra te dar as cartas que não mando..."
Quem sabe um dia a coragem brota, ou você passa por aqui e entende o sinal.

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